PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE ZIKA VÍRUS – O QUE É E COMO EVITAR?

18 de junho de 2017
PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE ZIKA VÍRUS

Qual a relação entre o Zika e a microcefalia?

A confirmação da relação entre o vírus e a microcefalia é inédita na pesquisa científica mundial. A microcefalia é uma má-formação congênita na qual o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Normalmente, ela é causada por fatores como uso de drogas e radiação. Segundo o governo, na epidemia atual, os bebês nascem com perímetro cefálico menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm.

 

O que ainda não sabemos sobre a ligação entre o Zika e a má-formação fetal?

O Ministério da Saúde deixou claro, no entanto, que ainda há muitas questões a serem resolvidas. Uma delas é como ocorre exatamente a atuação do Zika no organismo humano e a infecção do feto. Também não se sabe ao certo qual o período de maior vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial do governo, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.

 

O que é o Zika?

É um arbovírus (do gênero flavivírus), ou seja, costuma ser transmitido por um artrópode, que pode ser um carrapato, mas normalmente é um tipo de mosquito. No caso do Zika, ele é transmitido por um mosquito do gênero Aedes, como o Aedes aegypti, que também causa a dengue. Além disso, ele também está relacionado com a febre amarela, febre do Nilo e a encefalite japonesa.

 

Qual sua origem?

O vírus foi identificado pela primeira vez em 1947 em Uganda, na floresta de Zika. Ele foi descoberto em um macaco rhesus durante um estudo sobre a transmissão da febre amarela no local. Exames confirmaram a infecção em seres humanos em Uganda e Tanzânia em 1952, mas somente em 1968 foi possível isolar o vírus, com amostras coletadas em nigerianos. Diversas análises genéticas demonstraram que existem duas grandes linhagens do vírus: a africana e a asiática.

 

Houve surtos anteriores de Zika?

Sim, mas não nesse grau. Em 2007, por exemplo, foram registrados casos de infecção do vírus na ilha de Yap, que integra a Micronésia, no Oceano Pacífico. Foi a primeira vez que se detectou o vírus fora de sua área geográfica original, ou seja, África e Ásia. No final de 2013, houve um surto do Zika na Polinésia Francesa, também no Pacífico. Mais de 10 mil casos foram diagnosticados. Desse total, cerca de 70 evoluíram para um estado grave. Esses pacientes desenvolveram complicações neurológicas, como meningoencefalite, e doenças autoimunes, como leucopenia (redução do nível de leucócitos no sangue). No dia 26 de novembro, um relatório divulgado por autoridades locais mostrou que pelo menos 17 casos de má-formação do sistema nervoso central foram registrados entre 2014 e este ano, de acordo com o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês). Nas Américas, o vírus foi detectado pela primeira fez em fevereiro de 2014 por autoridades chilenas, que confirmaram o primeiro caso na Ilha de Páscoa. A transmissão se deu de maneira autóctone (ocorrida dentro do território nacional e não em pessoas que viajaram para o exterior). Em maio de 2015, o Brasil confirmou seu primeiro caso desse tipo de transmissão, em um paciente da região nordeste. A Colômbia também reportou seu primeiro caso de contágio do vírus, no estado de Bolívar. Até outubro, eram nove casos nessa região. Também foram registrados casos nas Ilhas Cook e Nova Caledônia, novamente no Pacífico.

 

Qual o tempo de incubação do vírus?

O tempo de incubação tende a oscilar entre 3 e 12 dias. Após esse período surgem os primeiros sintomas. No entanto, a infecção também pode ocorrer sem o surgimento de sintomas (leia mais abaixo). Segundo um estudo publicado na revista médica The New England, uma em cada quatro pessoas desenvolve os sintomas. A maioria dos pacientes se recupera, sendo que a taxa de hospitalização costuma ser baixa.

 

E os sintomas?

O vírus provoca sintomas parecidos com os da dengue, contudo mais brandos: febre alta, dor de cabeça e no corpo, manchas avermelhadas, dores musculares e nas articulações. Também pode causar inflamações nos pés e nas mãos, conjuntivite e edemas nos membros inferiores. Os sintomas costumam durar entre 4 e 7 dias. Há outros sintomas menos frequentes, como vômitos, diarreia, dor abdominal e falta de apetite.

 

Qual o tratamento para o Zika?

Não há uma vacina nem um tratamento específico para o Zika vírus, apenas medidas para aliviar os sintomas, como descansar e tomar remédios como paracetamol para controlar a febre. O uso de aspirina não é recomendado por causa do risco de sangramento. Também se aconselha beber muito líquido para amenizar os sintomas.

 

Há prevenção?

Como a transmissão ocorre pela picada do mosquito, recomenda-se o uso de mosquiteiros com inseticidas, além da instalação de telas. Também deve se utilizar repelentes com um composto chamado Icaridina ou DEET e roupas que cubram braços e pernas, para reduzir as chances de se levar uma picada.
Deve-se adiar os planos de gestação?

Não necessariamente. No caso de mulheres que moram em áreas onde há ou houve surto de Zika, aconselham a adiar os planos. Mas, no geral, a orientação é de que essa decisão seja tomada pela mulher junto com o médico e a família. Um dos pontos que deve ser levado em consideração é a idade da futura mãe. Para mulheres acima de 35 anos, adiar por um ou dois anos as tentativas para engravidar podem significar reduzir, em muito, as chances de uma gestação.

 

Pode-se tranquilizar caso a mulher não more em uma região que vive epidemia de Zika vírus?

Nem tanto. No Paraná, por exemplo, não se tem uma situação de epidemia por Zika vírus até agora. Mas o estado tem o vetor da doença, o mosquito Aedes aegypti, em seu território. O que significa que não está livre do Zika. Neste ano, já foram registrados sete casos da doença – dois autóctones e cinco importados. Em todas as situações, foi realizada uma ação de bloqueio para evitar que o vírus se espalhasse. No caso de grávidas e de quem está tentando a gestação, o melhor é evitar ir a cidades onde há muitos casos de dengue – transmitida pelo mesmo mosquito do Zika – e fazer sua parte para combater o Aedes, eliminando possíveis focos de proliferação do mosquito.

 

Já estou grávida, o que devo fazer?

Como o Zika é transmitido da mesma forma que a dengue, os cuidados para evitar a doença são os mesmos. Não viajar para áreas endêmicas de Zika ou com uma grande proliferação de mosquitos Aedes aegypti – normalmente são cidades com muitos casos de dengue. Também tome medidas para evitar o mosquito. Mantenha portas e janelas fechadas ou teladas, use calça e camisa de manga comprida – de preferência de cor clara – e utilize repelentes permitidos para gestantes. Elimine os pontos de água parada em casa e, se possível, em áreas vizinhas. Também evite ficar próxima de pessoas com os sintomas do Zika: febre, dores no corpo, olhos vermelhos e manchas vermelhas que coçam muito.

 

Existe um período da gestação que é mais preocupante uma contaminação por Zika?

O Ministério da Saúde ainda não tem todas as informações sobre o Zika e como ele age no organismo de gestante e dos bebês. De qualquer forma, tudo indica que uma contaminação nos três primeiros de gestação – momento em que as estruturas neurológicas estão sendo formadas – seja o mais arriscado.

 

Tive Zika e agora quero engravidar, o que devo fazer?

O melhor é procurar aconselhamento médico antes de tomar qualquer decisão. Se já está grávida, informe o seu médico que teve a doença e quando isso ocorreu.

 

Meu bebê foi diagnosticado com microcefalia, isso quer dizer que tive contato com o Zika?

Não necessariamente. Embora seja um agravo raro, a microcefalia pode ser causada por diversos fatores. Desde o consumo de drogas e a má nutrição da mãe até doenças como a rubéola, a toxoplasmose e o citomegalovírus.
Fonte IPGO-SP

Agende sua consulta com Dra. Gabriella ligando no (81) 3037 2895 ou 9 9811 7293.

Postado em Blog por alffaweb