A relação sexual programada é indicada para a mulher que tem problemas na ovulação. É o tratamento mais simples em reprodução humana. A primeira etapa é a indução da ovulação, que é feita com medicações tomadas por via oral ou aplicadas por injeções subcutâneas. Neste período, o crescimento dos folículos ovarianos (geralmente contém um ovulo dentro) é controlado por exames de ultrassom. Quando os folículos atingem um tamanho adequado, aplica-se uma última medicação, que deflagra a ovulação propriamente dita. As relações sexuais são programadas e o teste de gravidez é feito após 14 dias.
A chance de gravidez com este tratamento é em torno de 20 a 25% por ciclo (ou tentativa). Apesar de parecer limitado, devemos lembrar que é um tratamento simples e que praticamente iguala a chance de engravidar a um casal infértil a de um casal fértil.
Antes de pensar em qualquer tratamento de reprodução humana, existem orientações fundamentais a qualquer casal que queira engravidar. Inicialmente, é necessário realizar exames ante natais, como sorologias para HIV, hepatite B e C, sífilis e rubéola. Além disso, no intuito de reduzir o risco de algumas malformações, está universalmente indicada a suplementação com ácido fólico para mulher. Em relação a fertilidade, devemos orientar o casal a manter um peso adequado, hábitos saudáveis de vida e, em caso de tabagismo, tentar parar.
Após a investigação da causa da infertilidade, inicia-se, quando indicado, o tratamento adequado. Este pode ser feito através de cirurgias ou de procedimentos clínicos. A nomenclatura dos procedimentos que usamos no tratamento do casal infértil varia de acordo com cada serviço ou Sociedade Médica. Para fins didáticos, consideramos que as técnicas de reprodução humana incluem: a relação sexual programada (coito programado), a inseminação intrauterina e a FIV. Em muitas situações, há mais de uma opção de tratamento. Nestes casos, dentre os fatores que determinam a escolha temos: idade da mulher, tempo de infertilidade, fatores associados e desejo do casal.
A FIV é considerada um tratamento de alta complexidade em Reprodução Humana e geralmente esta indicada, por exemplo nos casos de alterações tubarias e Endometriose.
As etapas da FIV são: a indução da ovulação, a captação dos óvulos, a coleta dos espermatozoides, a fertilização no laboratório e a transferência dos embriões.
A indução da ovulação é realizada de maneira semelhante à relação sexual programada. No entanto, utilizamos preferencialmente medicações injetadas por via subcutânea e em doses maiores, para produzir um número maior de óvulos. Quando os folículos atingem um tamanho adequado, visto ultrassonograficamente, aplica-se a última medicação, que deflagra o amadurecimento dos óvulos. Em média, esta etapa dura em torno de 10 dias.
A captação dos óvulos é realizada 35 horas após a última medicação. É feita através da punção de cada folículo com uma agulha fina por via transvaginal. O procedimento é feito sob visão ultrassonográfica e anestesia. A coleta dos espermatozoides é realizada por masturbação, no mesmo dia da captação. Quando não há espermatozoides no sêmen ejaculado (azoospermia), podem ser necessários outros procedimentos para a obtenção dos espermatozoides (punção do testículo ou do epidídimo, por exemplo).
No laboratório, os óvulos captados são fertilizados pelos espermatozoides, formando os embriões.
Os embriões se desenvolvem no laboratório por 3 a 5 dias. Após este período, eles são transferidos para dentro do útero da mulher. Este procedimento é realizado com um cateter delicado e não há necessidade de anestesia. O teste de gravidez é feito após 14 dias.
O tratamento cirúrgico está indicado em algumas causas de infertilidade. São exemplos os miomas, os pólipos ou as malformações uterinas, as alterações tubárias corrigíveis e a endometriose. Atualmente, dá-se preferência aos procedimentos minimamente invasivos, como a laparoscopia e a histeroscopa.
Em relação ao homem, pode-se considerar tratar cirurgicamente a varicocele ou realizar a reversão da vasectomia. Além disso, quando não há espermatozoides no sêmen ejaculado (azoospermia), podem ser necessários procedimentos cirúrgicos para a coleta dos espermatozoides do testículo (punção do testículo ou microdissecção do testículo) ou do epidídimo.
A injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) é uma técnica de reprodução assistida, incluída no tratamento de Fertilização in Vitro (FIV), que permitiu alcançar com êxito a gravidez em casais diagnosticados com um fator masculino severo. A partir de uma amostra de sêmen, ou biopsia testicular, se necessário, são extraídos e selecionados os melhores espermatozoides que serão utilizados para a fecundação dos óvulos.
Congelamento de Embriões
Aproximadamente metade dos casos de fertilização em vitro evolui com mais embriões do que aqueles que serão transferidos. Isso ocorre porque existe um limite no número de embriões que devem ser transferidos, a fim de se evitar gestações múltiplas. Os embriões não transferidos devem ser congelados e, caso a tentativa de FIV seja um sucesso, podem vir a ser descongelados para se tentar um segundo filho. Ou então, caso a tentativa não tenha resultado na gestação desejada, os embriões podem ser transferidos no mês seguinte. O congelamento representa uma série de vantagens para o casal:
Quando sobram embriões em boas condições de congelamento, isso significa que a mulher respondeu bem às medicações para estimulação ovariana, que a fertilização foi adequada e que houve evolução para embriões de boa qualidade;
Um mesmo ciclo de estimulação ovariana pode gerar mais de uma transferência de embriões;
Se o casal obteve a gestação e não quer mais filhos, existe a possibilidade desses embriões virem a ser utilizados, em um futuro próximo, como células tronco para o tratamento de doenças.
Congelamento de Óvulos
O congelamento de óvulos consiste em preservar óvulos em nitrogênio líquido, usando uma técnica de esfriamento, podendo ficar armazenado por muitos anos.
A técnica mais adequada e com maior índice de sucesso é conhecida como vitrificação, pelo fato desta técnica não produzir cristais de gelo no momento da solidificação de óvulos no ultrarresfriamento em nitrogênio líquido, promovendo assim a passagem ao estado de solidificação chamado de estado vítreo (glass-like). Essa técnica permite a mulher postergar a maternidade.
Doação de Óvulos
Doação de Óvulos é o tratamento recomendado para mulheres incapazes de produzir seus próprios óvulos, nos casos de menopausa precoce, ooferectomizadas, menopausadas, ou aquelas com doenças genéticas.
A idade da doadora de óvulos determina o sucesso desse método (óvulo de mulheres com menos de 35 anos mostram ser mais receptíveis à fertilização e à gravidez).
Devido à carência de doadoras de óvulos, a técnica ainda permanece um pouco limitada.
Importante mencionar que todas as doadoras e voluntárias em potencial devem ser pesquisadas quanto a doenças genéticas e infecciosas. A chance de sucesso é semelhante ou até maior que na Fertilização In Vitro – FIV.
Doação de Sêmen
A doação de sêmen pode ajudar outros a realizarem o sonho da paternidade que você já realizou ou poderá realizar de forma natural. Através da doação sigilosa e gratuita de sêmen, é possível facilitar a vida e o desejo de casais em ter filhos. A doação é indolor e fácil, não provoca nenhum efeito colateral e não requer nenhum esforço. Além de ajudar a construir uma nova família, você tem benefícios, como a possibilidade de fazer diversos exames gratuitamente.
PGD
(Diagnóstico Genético Pré-Implantacional) e o PGS (Screening Cromossômico Pré-Gestacional) tem como objetivo evitar a transferência de embriões com alterações genéticas ou cromossômicas. Essa metodologia tem sido aprimorada e tem fornecido informações importantes sobre quais embriões apresentam anomalias genéticas ou cromossômicas e quais alterações são essas, o que permite escolhas mais conscientes do casal e do médico assistente. Também é uma técnica útil quando há uma doença genética na família com mutação conhecida no DNA. Nesses casos, os casais não apresentam infertilidade, mas, são portadores de doenças genéticas e é possível investigar a mutação no embrião e descobrir se ele tem ou não propensão a desenvolver a doença em questão.
A técnica em si consiste em abertura da zona pelúcida do embrião em seu 3º dia de desenvolvimento (estágio de 6 a 10 células) ou então no 5º dia (BLASTOCISTO) e retirada de uma ou mais células para análise genética. Utiliza-se um aparelho de LASER para realizar o procedimento e assim diminuir muito os possíveis danos causados ao embrião durante o procedimento da biópsia.
Punção de Epidídimo – Vasectomizados
PESA – (Percutaneous Epididymal Sperm Aspiration) é o tratamento de punção do epidídimo é indicado nos casos de ozoospermias obstrutivas (pós-vasectomia, obstrução traumáticas, congênitas e infectosos) ausência de ejaculação por comprometimento medular (neuropatia diabética, paraplégico, tetraplégicos, impotência sexual). A técnica não requer sedação. Consiste em fixação manual do epidídimo e aspira-se os espermatozoides com agulha de insulina, sob anestesia local. Posteriormente, submete-se a fertilização por ICSI. O índice de sucesso é praticamente o mesmo da ICSI.